Melhorar a autoestima e beleza das pessoas é o principal objetivo dos tratamentos estéticos. Corrigir ou camuflar falhas ou imperfeições que incomodam os pacientes, é umas das funções da micropigmentação.
Engana-se quem pensa que ela só pode ser realizada nas sobrancelhas e lábios. É certo que essas são as áreas mais comuns e procuradas, mas a técnica também pode ser aplicada nos olhos, no couro cabeludo, nas auréolas mamárias, nas cicatrizes e, até mesmo, em manchas causadas pelo vitiligo.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que cerca de 1% da população mundial sofre com o vitiligo. No Brasil, em média, 0,5% dos brasileiros manifestam a condição, o que representa mais de um milhão de pessoas. Para aquelas que não conseguem se sentir bem exibindo as manchas, a micropigmentação em vitiligo é uma técnica bastante recomendada.
Se interessou pelo assunto e quer saber tudo sobre a micropigmentação em vitiligo? Continue a leitura que vamos explicar todos os detalhes.
O que é o Vitiligo?
O vitiligo é uma doença caracterizada por lesões na pele com perda da coloração natural. Ou seja, nas áreas afetadas pela doença, há uma diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela formação da melanina que dá cor à pele. Com isso, na região afetada há formação de manchas esbranquiçadas de tamanho variável.
A doença acomete pessoas de todas as raças, idades e sexos. Ainda não é possível estabelecer efetivamente as causas para o vitiligo. Há uma associação da doença com fatores hereditários e alterações/traumas emocionais. O que é certo é que a doença não é contagiosa e é benigna, sendo as alterações estéticas os únicos efeitos causados pelo vitiligo.
Como a micropigmentação em vitiligo pode contribuir?
E é justamente nesses efeitos de ordem estética que a micropigmentação em vitiligo pode contribuir. Mesmo que a doença não traga prejuízos para a saúde física dos pacientes, ela impacta significativamente na qualidade de vida deles.
Muitos possuem autoestima baixa, por acharem que as manchas atrapalham a sua aparência e beleza, principalmente aquelas que são mais expostas, como no rosto, colo, braços, mãos e pernas.
Camuflar as manchas causadas pela condição, através da micropigmentação em vitiligo, proporciona mais segurança para essas pessoas, que passarão a não esconder determinadas regiões do corpo mais.
Como é feita a micropigmentação em vitiligo?
Assim como realizada nas outras regiões do corpo, como boca e sobrancelhas, a técnica da micropigmentação consiste na introdução de pigmentos não alergênicos na pele, através de um equipamento específico para isso, chamado dermógrafo.
Esse aparelho possui agulhas na sua ponteira, capazes de coletar o pigmento escolhido e introduzi-los até a camada da pele indicada. Nas micropigmentações essa tinta é depositada na camada mais superficial da pele, a epiderme.
Para que a técnica cumpra a função de camuflar as manchas, é preciso se atentar para a escolha do pigmento. O profissional micropigmentador deve fazer uma avaliação da região a ser aplicada, analisando o tom de tinta que mais se aproxima da cor da pele do paciente. Pode acontecer, inclusive, se serem usados tons diferentes num mesmo paciente, já que existem diferenças na tonalidade da pele em regiões do corpo, principalmente aquelas que são mais expostas ao sol comparadas com as que ficam mais cobertas.
Os resultados da micropigmentação em vitiligo são bastante naturais, cobrindo as manchas esbranquiçadas e criando uma uniformidade de tonalidade da pele afetada com o restante da região no entorno.
Qualquer paciente pode fazer a micropigmentação em vitiligo?
A maioria dos pacientes acometidos pelo vitiligo podem, sim, realizar a técnica. Mas para iniciar o tratamento é preciso estar com o quadro da doença estabilizado por, no mínimo, 12 meses. Isto porque caso a doença ainda esteja avançando, aparecerão novas manchas que ficarão expostas e não foram cobertas pela micropigmentação.
Há, também, alguns casos em que o procedimento não é indicado, mesmo que ele não seja proibido. Em pacientes com peles finas o pigmento tende a desbotar com mais facilidade, comprometendo o resultado. Naqueles que possuem rosácea, eczema ou psoríase, o procedimento tende a durar menos, já que essas condições modificam a textura da pele.
Pessoas que já tem histórico de formação de queloides ou que sejam alérgicas ao pigmento, não devem realizar a técnica, já que o risco de desencadear reações adversas é grande após a tinta cair na corrente sanguínea. Pacientes que passaram por tratamento de quimioterapia, devem esperar por cerca de seis meses para fazer o procedimento.
Quantas sessões de micropigmentação em vitiligo são necessárias?
Não é possível precisar a quantidade de sessões do tratamento de forma generalizada, uma vez que para cada paciente esse número pode variar. Essa variação vai levar em consideração o tamanho e a quantidade de manchas que esse paciente tem pelo corpo e que encobrir.
No momento da avaliação, o profissional responsável por realizar o procedimento deverá analisar essas informações e determinar o número inicial de sessões de micropigmentação em vitiligo ideais para o paciente. Número este que pode variar ao longo do processo, conforme a reação da pele e o organismo do paciente.
Cuidados pré e pós procedimento
A duração da micropigmentação em vitiligo pode chegar a até dois anos. Mas para garantir bons resultados e prolongar a durabilidade do procedimento, é importante manter uma rotina de cuidados.
A hidratação da pele deve fazer parte da rotina, pois garante uma pele saudável e bem cuidada. Para isso, beba bastante água, no mínimo 2 litros por dia, e use cremes hidratantes. Mantenha uma alimentação balanceada, evitando álcool e alimentos gordurosos que prejudiquem a cicatrização.
Logo após a sessão não molhe a região por 3 horas. Durante os 30 dias após o procedimento evite sauna, mar ou piscina, além de banhos quentes. Não retire casquinhas que possam se formar ao longo do processo de cicatrização, nem coce ou esfregue o local. Evite tocar na região, para não correr riscos de contaminação. Lave a pele com sabonete neutro e água corrente, sem esfregar. Seque delicadamente com uma toalha limpa.
No caso da micropigmentação em vitiligo é recomendado que o paciente tome sol para estimular a produção de melanina e pigmentação da pele. Mas essa exposição deve ser feita utilizando um bom protetor solar e sempre nos horários de menor incidência dos raios solares, que é antes de 10h e após às 16h.